segunda-feira, 22 de junho de 2009

Um guia sobre o uso de tecnologias em sala de aula

TICs, tecnologias da informação e comunicação. Cada vez mais, parece impossível imaginar a vida sem essas letrinhas. Entre os professores, a disseminação de computadores, internet, celulares, câmeras digitais, e-mails, mensagens instantâneas, banda larga e uma infinidade de engenhocas da modernidade provoca reações variadas. Qual destes sentimentos mais combina com o seu: expectativa pela chegada de novos recursos? Empolgação com as possibilidades que se abrem? Temor de que eles tomem seu lugar? Desconfiança quanto ao potencial prometido? Ou, quem sabe, uma sensação de impotência por não saber utilizá-los ou por conhecê-los menos do que os próprios alunos?
Se você se identificou com mais de uma alternativa, não se preocupe. Por ser relativamente nova, a relação entre a tecnologia e a escola ainda é bastante confusa e conflituosa. NOVA ESCOLA quer ajudar a pôr ordem na bagunça buscando respostas a duas questões cruciais. A primeira delas: quando usar a tecnologia em sala de aula? A segunda: como utilizar esses novos recursos?
Dá para responder à pergunta inicial estabelecendo, de cara, um critério: só vale levar a tecnologia para a classe se ela estiver a serviço dos conteúdos. Isso exclui, por exemplo, as apresentações em Power Point que apenas tornam as aulas mais divertidas (ou não!), os jogos de computador que só entretêm as crianças ou aqueles vídeos que simplesmente cobrem buracos de um planejamento malfeito. "Do ponto de vista do aprendizado, essas ferramentas devem colaborar para trabalhar conteúdos que muitas vezes nem poderiam ser ensinados sem elas", afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA.
Da soma entre tecnologia e conteúdos, nascem oportunidades de ensino - essa união caracteriza as ilustrações desta reportagem. Mas é preciso avaliar se as oportunidades são significativas. Isso acontece, por exemplo, quando as TICs cooperam para enfrentar desafios atuais, como encontrar informações na internet e se localizar em um mapa virtual. "A tecnologia tem um papel importante no desenvolvimento de habilidades para atuar no mundo de hoje", afirma Marcia Padilha Lotito, coordenadora da área de inovação educativa da Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Em outros casos, porém, ela é dispensável. Não faz sentido, por exemplo, ver o crescimento de uma semente numa animação se podemos ter a experiência real.
As dúvidas sobre o melhor jeito de usar as tecnologias são respondidas nas próximas páginas. Existem recomendações gerais para utilizar os recursos em sala (veja os quadros com dicas ao longo da reportagem). Mas os resultados são melhores quando é considerada a didática específica de cada área. Com o auxílio de 17 especialistas, construímos um painel com todas as disciplinas do Ensino Fundamental. Juntos, teoria, cinco casos reais e oito planos de aula (três na revista e cinco no site) ajudam a mostrar quando - e como - computadores, internet, celulares e companhia são fundamentais para aprender mais e melhor.

Nove dicas para usar bem a tecnologia:
1. O INÍCIO: Se você quer utilizar a tecnologia em sala, comece investigando o potencial das ferramentas digitais. Uma boa estratégia é apoiar-se nas experiências bem-sucedidas de colegas.
2. O CURRÍCULO No planejamento anual, avalie quais conteúdos são mais bem abordados com a tecnologia e quais novas aprendizagens, necessárias ao mundo de hoje, podem ser inseridas.
3. O FUNDAMENTAL Familiarize-se com o básico do computador e da internet. Conhecer processadores de texto, correio eletrônico e mecanismo de busca faz parte do cardápio mínimo.
4. O ESPECÍFICO Antes de iniciar a atividade em sala, certifique-se de que você compreende as funções elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na aula.
5. A AMPLIAÇÃO Para avançar no uso pedagógico das TICs, cursos como os oferecidos pelo Proinfo (programa de inclusão digital do MEC) são boas opções.
6. O AUTODIDATISMO A internet também ajuda na aquisição de conhecimentos técnicos. Procure os tutoriais, textos que explicam passo a passo o funcionamento de programas e recursos.
7. A RESPONSABILIDADE Ajude a turma a refletir sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata qual o nível de exposição adequado, lembrando que cada um é responsável por aquilo que publica.
8. A SEGURANÇA Discutir precauções no uso da internet é essencial, sobretudo na comunicação online. Leve para a classe textos que orientem a turma para uma navegação segura.
9. A PARCERIA Em caso de dúvidas sobre a tecnologia, vale recorrer aos próprios alunos. A parceria não é sinal de fraqueza: dominando o saber em sua área, você seguirá respeitado pela turma.
Fontes: Adriano Canabarro Teixeira, especialista de Educação e tecnologia da UFRGS, Maria de Los Dolores Jimenez Peña, professora de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Da Universidade Mackenzie, e Roberta Bento, diretora da Planeta Educação.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Plano de Trabalho do Subprojeto de Biologia - UFSJ

O distanciamento entre as instituições de formação de professores e os sistemas de ensino da Educação Básica foi denunciado no Parecer do CNE/CP No. 009/2001, que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica. Desde então, nos mais diversos espaços ligados às licenciaturas, são evidentes esforços de aproximação e interação com a Educação Básica como condição para o aprimoramento da formação de professores. A Educação Básica é o principal campo de inserção de nossos licenciados no mundo do trabalho em educação. Por isso, formá-los, na universidade, interagindo constantemente com este mundo, é imprescindível para que se tornem profissionais conscientes dos problemas, necessidades e potencialidades do campo em vão atuar. Temos na UFSJ trabalhado em diversos programas de ensino, pesquisa e extensão que visam a interação da licenciatura com a educação básica, dando destaque ao Programa PRODOCÊNCIA que desde 2006 tem proporcionado campo de ação e reflexão sobre o ensino de ciências biológicas e esses esforços têm contribuído para a melhora da qualidade tanto da formação de nossos alunos quanto da educação na escola básica. O presente projeto participa portanto de um processo de fortalecimento de ações com a preocupação constante de melhoria da educação no país, através da especialização de nossos licenciandos para atuarem na rede pública de ensino básico. Pretendemos de forma integrada discutir pressupostos curriculares e iniciativas metodológicas inovadoras para o ensino de biologia, envolvendo aspectos conceituais e de linguagem, adequação epistemológica e mediática, articulação de conceitos e de disciplinas e entre estes e a realidade vivida.

A experiência como docente responsável pelas disciplinas de Prática de Ensino de Biologia e como Supervisora do Estágio Supervisionado Curricular do curso de Ciências Biológicas e os diversos encontros com a escola básica que essas funções têm proporcionado, apontam para dois pontos críticos do ensino de biologia no ensino médio que darão suporte o plano de ação aqui colocado. O primeiro é a necessidade de superação do modelo fragmentado do conhecimento biológico, apoiado na memorização simples de estruturas e processos, com forte ênfase descritiva. “A Biologia descritiva obteve grandes progressos nos séc. XVII até o final do séc. XVIII, quando a ênfase das pesquisas era o estudo das diferenças existentes entre os seres vivos. Embora ainda haja necessidade dessa tarefa na pesquisa biológica atual, ela é de interesse circunscrito das atividades de especialistas. No entanto, o ensino de Biologia, ainda hoje, incorpora níveis de detalhamento e perde o foco do entendimento dos processos básicos, que alicerçam a maioria das explicações dos fenômenos biológicos e as vivências práticas desse conhecimento.” (Martins, Toledo, dos Santos, & Braga, 2008). Essa estrutura de ensino tem desconectado o conhecimento biológico do contexto e do interesse dos alunos, impossibilitando que se atinjam os principais objetivos do aprendizado que são a superação de problemas cotidianos e a compreensão da própria vida. “As diretrizes estabelecidas nos PCN/99 e PCN+/02 orientam para a produção de um conhecimento interdisciplinar e contextualizado. Sugerem estratégias diversificadas que mobilizam menos a memória e mais o raciocínio, centrado nas interações estudante-professor e estudante-estudante na construção de conhecimentos coletivos. Há de se considerar o interesse dos estudantes pelos temas e a problematização de situações para o desenvolvimento dos conteúdos. A contextualização é um recurso importante para retirar o aluno da condição de espectador passivo, permitindo uma aprendizagem significativa.” (Martins, Toledo, dos Santos, & Braga, 2008). Assim, a Proposta Curricular de Biologia do Estado de Minas Gerais, CBC Bio, fundamenta-se em algumas proposições dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN+, propõe uma integração dos conhecimentos biológicos em eixos (energia e biodiversidade) e temas fundamentais (teia da vida, história da vida na Terra, corpo humano e saúde, linguagens da vida) e busca assim superar a visão fragmentada das ciências biológicas.

Mas o CBC Bio, embora entendido como um avanço para o ensino de biologia e tenha sido implantada de forma gradativa e participativa, tem criado certa ansiedade no professorado e nos licenciandos, pois apresenta fortes mudanças de organização do conteúdo. Por isso, o presente projeto pretende trabalhar com da proposta curricular do CBC e utilizar o material de apoio disponibilizado pelo Centro de Referência Virtual do Professor, disponível no sitio eletrônico http://crv.educacao.mg.gov.br/sistema_crv . Assim, pretendemos dar apoio ao esforço da rede pública estadual em atender as propostas curriculares atuais e melhorar a qualidade da educação de nível médio do estado.

Outro aspecto crítico do ensino de biologia que destaco para o presente projeto é a necessidade de formação de professores aptos a atuarem como agente das inovações. “Um novo momento da realidade escolar apresenta-se na atualidade, em que o eixo de veiculação dos conhecimentos a serem trabalhados na escola não se dá exclusivamente nesse espaço social. (...) É em meio à essa multiplicidade de informações que o professor deve estar presente como agente de inovações em um novo sentido. Seu papel neste momento não será enunciar a informação, mas orientar, promover a discussão, estimular a reflexão critica diante dos dados recolhidos nas amplas e variadas fontes (Kenski, 2005).

Como já descrito acima, a Licenciatura em Ciências Biológicas da UFSJ tem desenvolvido projetos de ensino (PRODOCÊNCIA, Disciplinas de Prática de Ensino e Estágios Supervisionados), pesquisa (Grupo de Pesquisa “Conhecimento Cientifico, Arte e Saberes Populares” CNPq) e extensão (PROEXT, PROEXT Cultura) onde temos analisado, elaborado e aplicado diversos materiais multimeios e metodologias multimedia para o ensino de biologia, especialmente voltado à educação para a saúde e para a biodiversidade. Pretendemos então no presente projeto utilizar tais recursos inovadores no ensino médio de forma a instrumentalizar o aluno para o aprendizado das ciências biológicas, o professor da rede de educação básica em contato com essas diferentes mídias de forma a trazê-lo para esse contexto e além disso, colocar nossos licenciandos desde cedo em contato com a prática de ensino onde o professor atua como agente de inovações. Para tanto, pretendemos atuar com alunos do curso de licenciatura em ciências biológicas em três escolas públicas do ensino médio em São João Del Rei para desenvolver e analisar atividades inovadoras metodologicamente com base no CBC Bio. Essas ações serão complementadas, ampliadas e avaliadas através de um portal interativo, disponível pela internet que divulgará as atividades e materiais desenvolvidos junto ao programa PIBID.

quarta-feira, 18 de março de 2009

PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

Objetivos do PIBID


a) incentivar a formação de professores para a educação básica, especialmente para o ensino médio;

b) valorizar o magistério, incentivando os estudantes que optam pela carreira docente;
c) promover a melhoria da qualidade da educação básica;

d) promover a articulação integrada da educação superior do sistema federal com a educação básica do sistema público, em proveito de uma sólida formação docente inicial;

e) elevar a qualidade das ações acadêmicas voltadas à formação inicial de professores nos cursos de licenciaturas das instituições federais de educação superior;

f) estimular a integração da educação superior com a educação básica no ensino fundamental e médio, de modo a estabelecer projetos de cooperação que elevem a qualidade do ensino nas escolas da rede pública;

g) fomentar experiências metodológicas e práticas docentes de caráter inovador, que utilizem recursos de tecnologia da informação e da comunicação, e que se orientem para a superação de problemas identificados no processo ensino-aprendizagem;

h) valorizar o espaço da escola pública como campo de experiência para a construção do conhecimento na formação de professores para a educação básica;

i) proporcionar aos futuros professores participação em ações, experiências metodológicas e práticas docentes inovadoras, articuladas com a realidade local da escola.