Como motivar os alunos dentro de sala? Vários são os métodos para tentar tornar as aulas mais interessantes e melhorar o aprendizado dos alunos. Embora isso não seja sempre alcançado, os professores utilizam dentro da sala de aula algumas alternativas como vídeos interativos, filmes, jogos e sugerem os famosos trabalhos em grupo ou em dupla. Como forma de motivar os alunos para tais atividades os professores avaliam os trabalhos em dupla, a participação do aluno nas atividades sugeridas e a disciplina. Pensando em avaliação, trabalhos em grupo seria uma boa forma de avaliar?
Segundo trabalhos de Schaal e colaboradores (2009) a aprendizagem cooperativista é mais eficiente do que a individual. Em análises sobre a aprendizagem de alunos trabalhando em duplas, as duplas homogêneas obtiveram melhores resultados na apredizagem do que as duplas heterogêneas.
As duplas homogêneas seriam alunos com rendimentos escolares parecidos. Por outro lado, as duplas heterogênias seriam formadas por um aluno com alto rendimento escolar e por outro aluno com menor rendimento escolar. A formação de duplas homogêneas possibilita aos alunos acompanhar e desenvolver as atividades propostas juntos.
Baseado nisso, quando é sugerido trabalhos em dupla sem nenhum critério de formação das duplas, a avaliação pode ser falha. Sendo que na dupla heterogênea a avaliação não será verdadeira. Schaal e colaboradores (2009) utilizaram a última nota e a habilidade oral do aluno para formação das duplas. Seria essa forma adequada para um melhor rendimento do aluno?
Assim, é possível perceber que existem lacunas sobre como avaliar os alunos e como deve ser realizada essa avaliação. Nota-se que métodos comuns e aceitos pelos alunos estão sendo falhos sendo assim necessário desenvolvimento de novas pesquisas e novos métodos avaliativos para que de fato ocorra a aprendizagem efetiva.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
SCHAAL, S.; BOGNER, X. F.; GIRWIDZ, R. Concept Mapping Assessment of Media Assisted Learning in Interdisciplinary Science Education. Res Sci Educ v.40, pp. 339–352, 2010.
Muito interessante Marina!! Os trabalhos em dupla também ajudam os alunos a conviver e aprender a respeitar as idéias dos outros.
ResponderExcluirAinda me pergunto se duplas heterogêneas não seriam mais interessantes por propiciar justamente novos olhares, novas possibilidades de construção de conhecimento. Claro que a avaliação não será simples, mas o que mesmo estamos pretendendo com a escola: aprendizado ou progressão? Quero ler o artigo completo pra entender melhor os conceitos apresentados, certamente o grupo da Dra Virgínas Shall tem contribuido significativamente para o ensino de ciências no brasil. mas sempre temo estigmatizações e categorizações de alunos em propostas como essa. continua depois que eu ler o texto...
ResponderExcluirEnquanto a Priscila não continua, quero dizer que fiquei com uma dúvida similar à dela, mas que vivenciei simulando uma generalização da questão das duplas: se com trabalhos em dupla as duplas "homogêneas" renderam mais, será então que turmas inteiras também "homogêneas" não renderiam mais? Isto apoiaria aquela divisão clássica de turmas, com a qual estamos bastante acostumados - A, B, C, ..., Z -, não?
ResponderExcluirNão li o artigo original, mas tenho uma reflexão baseada naquilo pra que a Priscila chamou a atenção no comentário dela:
Pra começar, discordo de uma classificação geral de homogeneidade. Gêmeos siameses não são homogêneos. Pessoas com transtorno dissociativo de identidade não são homogêneas. Eu, quando estou em casa, não sou homogêneo com relação ao meu eu que, uma hora depois, está na faculdade (e não, não tenho nenhum caso clínico de transtorno mental registrado). Entretanto, se restringirmos a relação de homogeneidade a um conjunto de características bem limitado - como o que parece que foi feito de acordo com o texto -, aí ela pode existir.
Mas aí vem à tona a questão: qual a utilidade de se unir pessoas com "rendimento" escolar similar? Ou seja, de se restringir todo o universo pessoal de cada um ao conteúdo apresentado em sala de aula e à sua respectiva classificação quanto ao seu nível de "aproveitamento"? Pelo resultado apresentado, seria obter melhor rendimento médio. Mas que diabos seria este rendimento, afinal? Em quê? Trabalhado como? Avaliado como?
De qualquer forma, pra mim a matemática é simples: se o importante é o conteúdo, é claro que pessoas que tem uma relação similar quanto a, digamos, sua afinidade com aquele conteúdo (na tradução grosseira feita a partir da nota), terão maior probabilidade de possuírem uma linguagem parecida e, consequentemente, passarão maior parte do tempo concentrados nas mesmas coisas, dentro daquele conteúdo. No final da atividade, menos tempo foi perdido nas diferenças (singularidades) de cada um e mais tempo foi dedicado à exploração do conteúdo.
Mas será que o importante é mesmo o conteúdo? Ou será que mais importante é o que representa aquele conteúdo para cada um, individualmente? Será que é mais proveitoso para o indivíduo desprezar a maior parte de sua individualidade e cultivar apenas aquela que o torna homogêneo com relação aos demais, ou seria ele tentar relacionar-se em sua totalidade com o conteúdo, tendo ainda a oportunidade de acesso às perspectivas completamente diferentes dos colegas, como parâmetros e novas possibilidades de perspectivas para ele próprio, tornando-se cada vez mais singular?
Acho que as respostas para estas perguntas não são absolutas. Elas vão variar de acordo com a cultura, no tempo e no espaço. Mas no nosso caso, aqui e agora, que respostas vocês dariam?
Então gente, admito que fiquei feliz ao ler o texto, pois, finalmente alguem concordou comigo. Eu realmente acredito que grupos mais homogêneos, no sentido em que, pessoas com interesses parecidos, possuem chances de desenvolverem melhor suas ideias. Acredito sim, que grupos heterogêneos possuem chance de desenvolverem boas atividades, mas não ótimas atividades, com resultados ótimos de aprendizagem.
ResponderExcluirPrimeiramente para que uma atividade desta seja realizada com um aproveitamento ótimo, os alunos devem estar interessados na atividade o que geralmente não acontece, agora, com os grupos heterogêneos, entendemos que possuimos uma pessoa interessada e outra menos interessada, ou interessada na nota que aquela atividade vai receber. O aluno interessado, para que o seu trabalho seja o melhor possível, vai acabar realizando a atividade inteiramente sozinho, enquanto que o outro aluno vai se beneficiar daquilo. Para não ser reeitado por aquele circulo social, o aluno que desenvolveu toda a atividade não relatará a não realização da atividade pelo seu companheiro. Assim, temos um falso resultado de um grupo heterogêneo, um aluno acomodado e outro extremamente desconfortavel, que provavelmente, terá alguma dificuldade de trabalhar em grupo, devido às suas experiências.
Para mim, se o objetivo dos trabalhos em grupo não for o aprendizado, e sim qualquer outro motivo social, terá muita validade, mas para o aprendizado não, não importando qual atividade seja. Mesmo sendo a atividade mais infalível do mundo, se não houver interesse, não haverá atividade.