O PODER DA IMAGEM

Nos últimos anos o desenvolvimento das novas tecnologias de informação tem possibilitado enormes expectativas e possibilidades na educação escolar. As imagens, não mais aparecem como parte do processo criativo e da eficiência das ações didáticas, mas também, e sobretudo tendo em si mesmas uma dimensão pedagógica, uma potência subjetivadora do pensamento. O livro, a pintura, o cinema, a fotografia e a internet são os geradores dessa potencia pedagógica.

Principalmente com a popularização da internet, a partir da década de 90, mudou-se no que diz respeito à circulação do conhecimento e as formas de conhecer. Mais rápido, pratico e eficiente no quesito busca , a internet fornece ao aluno um mundo de imagens e sons que o integra na busca do conhecimento.

Essas alterações refletem-se, portanto, na compreensão de mundo e no modo de representa-lo vindo acompanhada de mudanças culturais, presentes no nosso cotidiano. As imagens são parte cada vez mais intensa da multiplicidade que compõe o espaço de formação do conhecimento atual.

Na construção do saber vai sendo estabelecido uma relação com o objeto e o campo temático das diversas áreas de conhecimento, definindo-se então o ambiente de cada ciência.

Toda essa diversidade busca apontar possíveis derives da potência que a mirada sobre as imagens traz ate ao aluno, atravessando-o com novas possibilidades de criação. Essa é a forte presença de uma educação pelas imagens nos dias atuais.

A IMAGEM E A CIÊNCIA

As imagens são importantes recursos para a comunicação de ideias científicas. Além da indiscutível importância como recurso para visualização, contribuindo para a inteligibilidade de diversos textos científicos, as imagens também desempenham um papel fundamental na constituição das ideias científicas e na sua conceitualização.

Essas questões tem sido objeto de um crescente conjunto de investigações no campo da educação em ciências que tenta compreender as relações entre IMAGENS, CONHECIMENTO CIENTÍFICO E ENSINO DE CIÊNCIAS.

Os estudos incluem a ideia de que imagens são mais facilmente lembradas do que suas correspondentes representações verbais. "Quando se trata de recordar, a fotografia fere mais fundo. A memória congela o quadro, sua unidade básica e a imagem isolada. Numa era sobrecarregada de informações, a fotografia oferece um modo rápido de aprender algo e uma forma compacta de memoriza-lo. A foto é como uma citação ou uma máxima ou uma provérbio.” (Susan Sontag)

Sendo a imagem um conjunto de representações simbólicas, ao apresentá-la (figuras , vídeos ou maquetes) conjuntamente ao conteúdo exposto o aluno associa a cada símbolo sua função e finalidade. Este é considerado um processo de construção de sentidos no qual jogam a intencionalidade de autor (professor), a materialidade do texto (material exposto) e a ressignificação do leitor(aluno).

IMAGEM - a mediação

O estudo da linguagem visual segue os preceitos da enunciação, o que eu quero e para quem estou falando (mostrando)? O esquema é bem simples:

A imagem é um objeto cultural que negocia perspectivas (científicas e pedagógicas), este objeto precisa estar dentro da realidade do aluno para que a sua compreensão seja completa; a função da imagem é criar uma ponte entre o que o professor “quer” passar e o que o aluno “pode” aprender.É de muita importância que a mediação escolhida seja compatível ao que o aluno consegue absorver dela de acordo com o desenvolvimento cognitivo do mesmo, e o que ele consegue compreender daquela imagem.O sentido da ponte é de mão dupla , o que o professor ensina e o aluno aprende, ao professor retorna sob a forma das perguntas, boas notas e interesse. Caso a mediação não for bem sucedida a campanha será perdida.

É interessante lembrar que conteúdo aprendido é conteúdo internalizado, e não decorado. A imagem traz ao professor mais uma arma contra a famigerada “decoreba”, se o aluno não entende a matéria ele não conseguirá interpretar a imagem.

Deste modo podemos entender que o visual é parte integrante no processo de ensino aprendizagem, essa potencialidade deve ser explorada ao máximo para que o ensino se torne cada vez mais interessante ao aluno, e gratificante ao professor.

Bibliografia:

*Pró-Posições, Campinas,v.20, n.3 (60), set/dez. 2009

*Aprendendo com as imagens-Educação não-formal/Artigos

*Sociedade e Natureza, Uberlândia, 20 (1):51-66, jun.2008