Modificar o modo de encarar o processo de aprendizagem é um grande desafio, principalmente quando almeja-se mais do que meramente ensinar conteúdos difusos, mas estabelecer compromisso com a formação da competência humana e ocupar-se em desenvolver sujeitos com consciência critica e criativa, que saibam desconfiar e desconstruir, que leia a realidade com olhos bem abertos.
Essa seria uma das proposta do modelo de educação reconstrutivista, que vai para além do “construtivismo” ao aproximar-se mais do saber pensar e do aprender a aprender, considerando que o conhecimento é a todo momento reconstruído, partimos do que já conhecemos e aprendemos do que está disponível na cultura.
Essa seria uma das proposta do modelo de educação reconstrutivista, que vai para além do “construtivismo” ao aproximar-se mais do saber pensar e do aprender a aprender, considerando que o conhecimento é a todo momento reconstruído, partimos do que já conhecemos e aprendemos do que está disponível na cultura.
No ensino de ciências, há metodologias que apresentam falhas clássicas que comprometem o aprendizado, duas delas são:
>A ênfase do conteúdo ministrado recair sobre si mesmo como de importância científica, distanciado-o da realidade do aluno, excluindo suas perspectivas, suas concepções, interesses, necessidades, etc... que nem são integradas no desenvolvimento nem no processo de ensino.
>Materiais são empregados nas aulas sem uma avaliação da resposta que os estudantes tem a eles, não são coletados dados detalhados sobre a maneira como os alunos são afetados, não se sabe a real eficácia dos métodos e se atuam realmente em prol do aprendizado.
A partir de pesquisas com alunos de 1º ano, foram investigadas algumas das causas de dificuldade no aprendizado e apontaram como recorrentes,problemas com conceitos que não podem ser de alguma forma diretamente vivenciados pelos alunos(divisão celular,organelas,DNA), denominações que são dadas muito superficialmente e que se misturam e confundem(parede celular,membrana,gene,cromossomo,replicação) e o exagerado antropomorfismo usado nas aulas.
>A ênfase do conteúdo ministrado recair sobre si mesmo como de importância científica, distanciado-o da realidade do aluno, excluindo suas perspectivas, suas concepções, interesses, necessidades, etc... que nem são integradas no desenvolvimento nem no processo de ensino.
>Materiais são empregados nas aulas sem uma avaliação da resposta que os estudantes tem a eles, não são coletados dados detalhados sobre a maneira como os alunos são afetados, não se sabe a real eficácia dos métodos e se atuam realmente em prol do aprendizado.
A partir de pesquisas com alunos de 1º ano, foram investigadas algumas das causas de dificuldade no aprendizado e apontaram como recorrentes,problemas com conceitos que não podem ser de alguma forma diretamente vivenciados pelos alunos(divisão celular,organelas,DNA), denominações que são dadas muito superficialmente e que se misturam e confundem(parede celular,membrana,gene,cromossomo,replicação) e o exagerado antropomorfismo usado nas aulas.
A ampliação cuidadosa do leque de opções de associação ao conteúdo é uma alternativa válida, os recursos imaginativos como metáforas e analogias podemos levar luz ao entendimento dos domínios onde a experiência direta for impossível, e até mesmo pesquisas etimológicas podem ajudar o entendimento e desvelar possíveis equívocos linguísticos que possam oferecer empecilho ao aprendizado, a (in)compreensão não é arquivada por palavras, mas mais frequentemente, pela construção de conceitos.
O caminho do aprendizado utiliza o já conhecido pelo aluno, que vai partir de concepções suas para outras concepções adquiridas e elaboradas no estudo, como estágios aproximativos ao saber que nunca esgota em si mesmo. O desafio da aprendizagem reconstrutiva alimenta-se igualmente de certas linhas de pensamento do conhecimento pós-moderno, sobretudo no que se reporta à problemática da incerteza, da complexidade do real e da interdisciplinaridade. A tecnologia avança e as aulas expositivas convencionais já não tem mais lugar no tempo e no espaço, ambientes mais simbiontes entre professores e alunos já acontecem, os profissionais estão mudando, metodologias inovadoras surgem e reluzem todas a utopia de uma educação nova,para todos e que liberte.
Referências bibliográficas:
Tarja Riemeier and Harald GropengieBer, On the roots of dofficulties in learning about Cell Division: Process-bases analysis of students'conceptual development in teaching experiments, International journal of science and education Vol.30,nº7, 4 june 2008, pp.923-939
Demo, Pedro - Aprender: o desafio reconstrutivo,Rio de Janeiro.Boletim senac v. 24, n. 3, p. 28-39, dez., 1998.
A importância do universo de conhecimentos e interesses do aluno e a constante vigilância quanto à eficácia dos métodos utilizados nas aulas são provavelmente as duas preocupações mais básicas de todos aqueles envolvidos com a Educação, em todos os níveis.
ResponderExcluirEngraçado como as coisas são, para mim por mais dificies que fossem os nomes, eles sempre tiveram uma lógica. Fica fácil entender essa colocação quando estuda-se literatura, esta sim nunca fez sentido para mim. O que nos leva a perceber uma ou outra interpretação do assunto? A ciência é logica e papavel, e isso a torna relativamente mais fácil so que enteder as ansias, vontades e sentimentos humanos. Desta forma, como que os conteúdos científicos parecem ser tão difíceis e os sentimento humanos parecem tão fáceis.
ResponderExcluirAinda neste mesmo exemplo, porque procurar sempre uma aplicabilidade para coisas conceituais e para as artes não.
Sei que viajei um pouco, mas foi por causa dessa frase do texto: " A ênfase do conteúdo ministrado recair sobre si mesmo como de importância científica, distanciado-o da realidade do aluno, excluindo suas perspectivas, suas concepções, interesses, necessidades,...".
Me pergunto, porque a ciência não pode ser maavilhosa por si mesma. Porque ela tem que atender às necessidades daquela pessoa, sendo que nem ela mesma sabe do que necessita. Sendo que ela não possui argumento para justificar a sua rotina. Porque criticar algo que é tão maravilhoso e importante para "as necessidades" dessas pessoas?
Assim, ainda me pergunto, para quem e para quê ensinamos?
Olá, Maísa. Lendo o seu comentário me lembrei de quando entrei na faculdade (de C. Biológicas). Estava (e ainda estou) apaixonado pela ciência. Eu a havia descoberto há pouquíssimo tempo e, desde então, ela passou a preencher uma parcela IMENSA de responsabilidade sobre as coisas que me fazem feliz, sobre o meu tesão de viver. O que eu não percebia com clareza no início do curso, entretanto, era o conjunto altamente pessoal de características que me garantiam esta afinidade.
ResponderExcluirMas no decorrer do curso, à medida que eu vivenciava as aulas e as leituras, por mais que eu relutasse (e me debatesse muito), percebi que o meu prazer nada tinha a ver com o método científico, ainda que este último fosse essencial, como ferramenta, para me fazer feliz. E é esse o ponto chave da questão: ele é apenas uma ferramenta. Este "apenas" pode soar estranho, mas somente por causa da importância direta que ele possui na sociedade contemporânea.
A ciência (com letra minúscula) pode até estar inserida permanentemente naqueles assuntos e atividades que nos alimentam; o próprio método, tecnicamente, pode ser o alvo direto das atenções e dedicação de alguns; mas os motivos (anteriores, primários, inconscientes até) que nos levam a gostar disso ou daquilo não residem dentro da ciência; não há uma lógica não-humana, não-emocional, não-irracional que defina nossas afeições, do ponto de vista subjetivo.
Já a Ciência (agora com letra maiúscula), aquela institucionalizada, confortadora, prometedora de grandes feitos, praticamente o messias da sociedade moderna, esta sim pode residir (e, de fato, residiu e ainda reside) como um prisma, como um conjunto de valores a serem alcançados e cultivados. E foi sob esta óptica que a escola, como a conhecemos, foi estruturada.
O problema é que, tal como acontece com qualquer outro conjunto de valores, a Ciência é passível de se ver diluída na dinâmica cultural humana. Dinâmica esta que vem ultimamente, na verdade, fragmentando este conjunto de valores. Ou seja, a Ciência não é mais (se é que realmente o foi, algum dia, considerando-se toda a diversidade humana, incluindo-se todas as "classes") um conjunto de valores universalmente aceito.
Sejam quais forem os motivos (minha especulação favorita gira em volta da expansão dos transportes e, mais recentemente, da comunicação à distância, sempre em prol inicial da economia) os valores e esperanças das pessoas têm-se afastado gradualmente de um centro comum (como as religiões, os governos e a Ciência) e ido em direção de sua própria individualidade.
A aplicabilidade da arte, à qual você se referiu, reside neste espaço individual, onde cada um define a sua própria. O que você chamou de "coisas conceituais" é tudo aquilo que é compartilhado dentro de valores coletivos - por isso a busca coletiva por sua aplicabilidade - mas que, mesmo assim, residem também na subjetividade de cada um.
Cada pessoa, cada aluno, portanto, é um universo onde estes valores se encontram e se misturam, num infinito imprevisível de combinações e resultados possíveis. A sua pergunta final, então, não é o problema - é a solução, no caso do ensino. Esta é a pergunta que temos que ter em mente o tempo todo, pois a resposta será diferente para cada pessoa com a qual nos relacionamos.
Estamos a cada dia construindo e reconstruindo nossos conhecimentos... também acho muito importante ter cuidado com as analogias!
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